Tropicália espanhola eletrônica

Neste post eu deveria estar escrevendo o quanto foi legal ou chato o show de músicas tropicalientes brasileiras que fui ontem. Mas os ingressos esgotaram, afinal de contas eram de graça, e não conseguimos ver o show…

De qualquer forma não deixa de ser interessante a notícia de que está tendo uma exposição do Cildo Meireles no museu de arte contemporânea de Barcelona (Museu d’Art Contemporani de Barcelona – MACBA). A abertura foi ontem e por isso teve esse show do Arto Lindsay. Ele nasceu em 1953 nos Estados Unidos, mas, coitado, cresceu no Brasil durante a ditadura, mas, bom pra ele, foi também a mesma época da Tropicália.

Quem sabe eu consiga participar dos outros eventos no MACBA relacionados à exposição:

Dia 26 de fevereiro vai ter uma homenagem ao Rogério Duprat. O músico e compositor Dani Espasa (?) vai apresentar adaptações de algumas composições mais conhecidas de Rogério Duprat. Vamos ver o que vai sair disso…

Em 26 de março será o show do paulistano residente de Barcelona Wagner Pá. Alguém conhece? Eu não… Segundo o site do MACBA, Wagner Pá foi um dos principais dinamizadores da cena mestiça da cidade (Barcelona ou São Paulo?)  e também um dos principais responsáveis por algo chamado “sonido Barcelona”*. Vai fazer um show acústico acompanhado dos músicos Cesc Pascual (?) e Juan Cruz (?). Diz o site que vai ser um reencontro de Pá com suas raízes tropicalistas, uma revisão e um tributo aos pioneiros do movimento. Imaginem só, deve rolar um Mutantes acústico…

30 de abril: Moreno Veloso, Domenico Lencellotti e Alexandre Kassin acompanhados de Stephan San Juan e Alberto Continentino: tropicália, bossa, samba, hip hop, reggae e eletrônica de vanguarda. Vixi, que salada…

28 de maio: Rebeca Matta, pela primeira vez em Barcelona. Baiana soteropolitana, tem como principais influências Tom Zé e Chico Science, mas faz música eletrônica… Quem escreveu no site do MACBA pensa, e por isso disse, que ela representa muito bem na contemporaneidade o canibalismo estético defendido pelos tropicalistas.

Bom, depois de tudo isso eu preciso perguntar, mesmo que retoricamente: a música eletrônica é de fato uma tendência duradoura? Se sim, quais serão os novos rumos da música mundial? Nossos netos, bisnetos e tataranetos vão ouvir música eletrônica e pensar que foi coisa dos séculos XX e XXI ou vão também compor eletronicamente? O que é a música eletrônica?

*De acordo com o que pude encontrar no Goolge, “sonido Barcelona” é/foi o estilo das músicas típicas de Barcelona. Não as músicas de raiz da cidade, mas o que os músicos atuais estão/estavam fazendo. Um tipo de música que saía das bandas de nacionalidades misturadas existentes (ou que existiram) em Barcelona. “Music made in Barcelona”, com músicos de diversos países que se juntavam pra fazer um som. Eu escrevi tudo no presente e no passado ao mesmo tempo, porque pelo que pude ver pelos sites que encontrei, a música em Barcelona está em decadência e os músicos estão afundando junto: AMUM (Associació de Músics de Jazz i Música Moderna de Catalunya), Barcelona tá morrendo, blog com português terrível, mas que também denuncia a situação.

Deixe um comentário